quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Fé é desmoralizada em campanha ateísta, dizem autoridades


A fé não dá respostas. Só impede perguntas"
"Religião não define caráter"
"Somos todos ateus com os deuses dos outros"
"Se Deus existe, tudo é permitido"

Essas são as frases que a Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos (Atea) pretendia veicular em alguns ônibus de Salvador (BA), Porto Alegre (RS) e São Paulo (SP) a partir do último dia 13, como parte da campanha "Diga não ao preconceito contra ateus".

As empresas de mídia que fariam o serviço acabaram desistindo, alegando impedimentos da legislação como o motivo principal, ao que a Atea pretende recorrer.

As peças publicitárias contêm insinuações polêmicas e preconceituosas que são inconstitucionais, de acordo com o renomado jurista Ives Gandra Martins. Segundo ele, o inciso 4º do artigo 3º da Constituição – que proíbe qualquer tipo de discriminação – é ferido por essa iniciativa.

"Não pode ser permitida e, se for, deve ser retirada, pois é inconstitucional. Além do mais, não busca fazer qualquer tipo de defesa do ateísmo ou agnosticismo, mas agredir abertamente os valores religiosos, desmoralizando e descaracterizando a fé como caminho de valores", afirma.

De acordo com a Atea, a campanha seria "mais um passo dado pela entidade para o reconhecimento dos descrentes na sociedade como cidadãos plenos e dignos", conforme indica em seu website.

Para o Arcebispo de São Paulo (SP), Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer – cidade originalmente incluída no projeto –, é sempre necessário ressaltar o respeito pelo outro, sem agressões.

"Não existe situação de discriminação e perseguição contra esse grupo na sociedade. Parece-me que se está buscando criar um problema que objetivamente não existe, importando ideias de outros lugares", diz.

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