sexta-feira, 22 de julho de 2011

Amizade, dom de Deus – parte I

          
          Este mês de julho, por conta das Solenidades móveis do Calendário litúrgico neste ano tardias, inicia-se com os festejos da grandiosa Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, “receptácul de amor e justiça”. Tais festejos constituem-se numa ocasião muitíssimo importante de adentrarmos na contemplação do mistério do Amor de Cristo por nós. De fato, através da Gaudium et spes, o Concílio Vaticano II nos ensina que, em Cristo, “a natureza humana foi assumida, não aniquilada... o Filho de Deus agiu com vontade humana, amou com coração humano”. E precisamente neste Amor, que brota do Coração humano de Cristo, queremos fazer repousar nossas próximas reflexões que, a partir deste mês, seguirão o itinerário de averiguação do tema: a Amizade, como dom de Deus. 
          O coração de Cristo conhece os mais íntimos sentimentos que a amizade humana possui... Não faltam, nas Sagradas Escrituras, ocasiões em que podemos constatar o Senhor profundamente enternecido nesta fraternidade, seja ao sentir-se acolhido na casa de seu amigo Lázaro (cf. Jo 12, 1ss) , seja nos momentos duros da vida deste, como quando, estando ele
acometido de uma doença, mandaram chamar Jesus: “Senhor, aquele que tu amas está enfermo” (Jo 11, 3).
          Noutra ocasião, ainda, Jesus chorou quando soube da morte do amigo Lázaro, ao que os judeus diziam: “Vejam como lhe queria bem!” (Jo 11, 36). Sem contar a profunda intimidade com o apóstolo João que, segundo a Tradição é o predileto e mais jovem discípulo, ao falar de si esconde-se sob a afetuosa expressão: “O discípulo que Jesus amava” (Jo 13, 23). 
          Enfim, caríssimos irmãos e amigos leitores, ao expressar seu profundo amor e consideração pelos discípulos, Jesus os chama de amigos, ao dizer-lhes: “Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz seu senhor. Mas chamei-vos amigos, pois vos dei a conhecer tudo quanto ouvi de meu Pai” (Jo 15, 15) . E é precisamente sobre este conhecimento que advém do amor de Cristo que versaremos nos próximos meses, quando continuaremos aplicando-nos na tarefa de entender o dom cotidiano que o Senhor nos dá, através do dom da Amizade.
Rafael de Oliveira Archetti
A. D. MMXI

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