domingo, 24 de abril de 2011

Após as noites chuvosas sempre nasce o Sol


“Armou no alto uma tenda para o Sol; ele desponta no céu e se levanta” (Sl 18, 5b-6). De fato, caríssimos, estas palavras da Sagrada Escritura parecem, já neste contexto pascal, assumir peculiar significância e, neste ano marcado pelas sofridas consequências das intempéries pluviais sem precedentes na história recente de nossa região, recobram-se com novo vigor esperançoso e consolador. O Sol desponta... É Cristo quem desponta das sombras da morte! É o Sol que vem iluminar nossas misérias e, não obstante, retirar da sombra da morte aqueles que nela se encontram (cf. Lc 1, 78s) . As chuvas, que radicalmente modificaram o transcurso daquele fatídico mês de Janeiro, trouxeram consigo, dentre outras sequelas, destruição, dores, lágrimas e imergiram nosso município num aparente desalento, apenas superado pela presença de Cristo em nossa história, em nossa vida. “... na sombra da morte estão sentados!” (Lc 1, 79). Realmente, quem transitou por Nova Friburgo e regiões circunvizinhas nos dias que se seguiram àquela trágica noite pôde contemplar o completo transtorno e caos no qual nossa região envolvia-se. Estávamos, literalmente, absortos por tamanha e incomensurável estupefação pelo ocorrido. A possibilidade de ceifarem-se ainda mais vidas de modo igualmente inesperado não somente atordoou aqueles que procuravam entre as centenas de vítimas seus familiares, como também deixaram em alerta cidades inteiras e, de modo ainda mais sofrido, aqueles que engendravam o recomeço de uma vida que numa noite mudou-se radicalmente.
Hoje contemplamos o Sol a despontar do Sepulcro... O Sol sem ocaso que ilumina, aquece, consola e  fortifica aqueles que se põem sob seus raios redentores! A ressurreição de Cristo é a conquista que nos enche de esperanças, pois sabemos em quem colocamos nossa confiança (cf. 2Mc 8, 18) , de cujo suplício não foi esquecido, sabendo o Pai, a Seu tempo, atendê-Lo (cf.Hb 5, 7). Os nossos sofrimentos,conformados aos de Cristo, são a certeza de que tambémnão seremos nós olvidados pela misericórdia de Deus, que já nos acalenta, protege e guarda em Seu amor, pois sabemos traduzir em dito popular aquilo que, ansiosamente esperando a consolação prometida, lemos das Sagradas Escrituras, no Livro de Tobias: “após a tempestade, mandais a bonança; depois das lágrimas e dos gemidos, derramais a alegria” (Tb 3, 22) .
Rafael de Oliveira Archetti
A. D. MMXI

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